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domingo, 20 de fevereiro de 2011

Poema Escrito ( B.H. , 2001 )

A noite é um dia muito escuro.

No céu da noite, as estrelas são pedacinhos do céu do dia;
Poeira matutina que a escuridão não varreu.

As nuvens são os pêlos do céu.

No fim do dia o céu fica igual a uma língua.

No fim da noite vira corpo de ninfa.

O que pode separar o azul do céu do azul do mar ?

O mar é o céu líquido.

O céu é o mar paralítico.

O sol é a lua pegando fogo.

A lua é o sol apagado, porém em brasa.

As vezes a lua apaga.

O sol nasce de noite.

O sol nasce de noite pois ainda é noite quando ele nasce.

Acordo de mãos dadas com o sol.

Durmo abraçado com a lua.

Dia e noite não determinam hoje e amanhã;
O que separa o hoje do amanhã é o dormir.

Não durma e será sempre hoje.

As montanhas são a terra se esticando para tocar o céu.

A chuva é a maneira que o céu encontrou de tocar a terra.

As árvores são nuvens verdes, com troncos e raízes.

Quando um pássaro faz seu ninho em uma árvore
é para se sentir mais perto das nuvens.

O céu para o meu quarto é o teto branco.

Se vivendo cercado por muros, o céu é seu espelho.

Para a louca só existe o céu da boca.

Para o louco só existe o céu do deus morto.

Para mim, só existe o céu assim.

Assim é.

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