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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

em um rápido improviso
lambi formigas no dorso da mão ocupada
e entoei louvores ao teto que me impedia de ver o céu estrelado

depois tentei narrar a verdade de atos que não servem
não absorvem solventes nem observam semelhanças alcançadas

DOR
talhei alheio uma escultura à tua altura
na melancia mais macia do teu leito melado por cólicas melancólicas
você aparece engraçada
como a terra dura que se quer impenetrável
onde eu e meu amor
enterramos a gata que morreu de hepatite

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

pequeno poema em homenagem ao Fevereiro

Fevereiro
rei ferreiro
abrigas minhas rugas
há brigas e lutas
de febre e festejo

Fevereiro
acho que é só isso mesmo

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

*-*-*

não se achando capaz de jogar as cartas
a vidente renunciou ao mérito
e uniu as duas partes rachadas
como se fossem apenas duas
as noites que pareciam curtas

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

x

é verdade que as verrugas no nariz da bruxa são de mentira
( isso não me admira )
o clima sinistro na beira de um lago com neblina densa em um filme firme
norte-americano comum
sai pelo cano localizado no hemisfério ferido por tubarões ou terremotos
coletânea de acidentes de motos que entregam sanduiches mornos
para uma orgia rosa religiosa de purificação por jejum
não, não darei mais cores aos esmaltes das tuas unhas
velha jogadora de futebol
o baile foi adiado para a próxima década decadente
quando poderemos perfurar piscinas vazias com cambalhotas
e a lua não poderá mais ser vista nem admirada por idiotas

Quando a Inspiração Acontece

alguns poéticos escrevem tão pouco...
deve de ser causo de que só escrevem quando estão inspirados...
eu, quando estou inspirado, eu não escrevo
eu, sei lá
ando
olho pelo janela
molho as plantas
sinto vontade de trepar

sábado, 16 de janeiro de 2010

bloco

ao me ver mover as funções artificiais de uma sintonia anatômica
os órgãos se resumiram numa aventura involuntária

PERPLEXO SOLAR

Girassol inacabado inverno em versos quem quer ouvir, vira
a concha se encaixa em baixo volume e assume
a forma de um som que procura o sol em coma
fuligem

Girassol inacabado verão em versos de quem quis ouvir, virá
a colcha macia acima da sua ocupa e refresca
a flama de uma desejada cura em vibração
fuligem

Girassol indo a cavalo que se fodam as estações quem quiser, verá
a gorda presença no meio dos meus manuscritos
da loucura que domina o sofrimento
vertigem

Universo que une o verso sobre os campos alagados
coloquei os meus restos em uma linda cerâmica crua
é a rua o contrato dos que se consomem insatisfeitos
brilham juntos os vislumbres instantâneos
e eu ardo
e guardo

daí


Passado

agora vocês entendem o motivo do motor estar tão quente
amora ao invés do cultivo escondido de drogas
drogas estimulantes
antes esta mula
lógica improvável de maravilhas na virilha
e é como deixar empoeirando na cabeceira
um receptáculo de energia
nós já vimos isso tudo
sem dúvida
escorrendo pelos arquipélagos
relâmpagos pelados de crença
assando asas e destinos sem pais
eis uma característica rústica das atrocidades
desenredo instrumento prático para paradisíacas divindades gêmeas
geme gene maldito!
geme nessa possesão de vaginas da natureza
dando continuidade e louvor a esta inquietante vida em ruína
volta o sábio insulto de uma temporada próspera
volta a próxima áspera espera relaxante
respire fundo
respire fungo
na fila de conquistas atrasadas
mais nada inverte



Passado
eu não estava lá

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

jamais, mas já

jamais, mas já atingir o limiar o ar tingir a tangente doente de retornos talvez talvez tenha sido um tecido em torno do ato de entornar átomos inaptos um esforço de enforcar repressões rápidas traiçoeiras e finalmente não alcançar esta ilusão de trégua convicto vácuo

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

0.2

sei que cansei meu clã

sei que cansei meu clã
jogando claves para o alto

lavo o alvo na alvorada

alvorada voraz e vã
morada da minha voz serás

prossiga

ou se ouse falhar

as profecias se tornarão úteis

fracasfronteiras
pêssegospéssimos
um bestiário xilogravado direto em saunas de hotéis


matéria



tal qual um cristal
Cristo

( sento santo e ando levito evito ou tento )

não me contenho

me contento

0.1

esta vida que se assemelha a um ritual de morte
de ligar o ar condicionado
ou facão no canavial
e todos os gestos nesse meio-dia
um ritual de morte
coletivo
a imagem de um crânio vazio de esqueleto
esta vida vi da fissura dos meus cérebros espalhados pelas nuvens
sonhar constatações
e deixar-se levar até a imobilidade

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

0

se a tua face triunfasse
estandarte ao vento
espremida
esplêndida
eu caminharia mendigo
digo
sem rumo
no escuro do sol excessivo
e ninguém ouviria ou viria
nos meus afazeres sem sentido
dissipar o trabalho a feitura

memoar

que dor daria um diário...
eu não Rio mais
nem Belo Horizonte
tudo se me move ao contrário
e estou sempre de fronte

(musicalatina)

Parece que perdi
um pedaço da minha vida
entre outras coisas
entre as tuas coisas

nem adianta ir procurar
pois veio a onda
então a onda veio tão
a onda veio e
nem adianta ir procurar

|\|

a Terra boceja expande
(ursos panda & elefantes)
a Terra desentoca pontas colinas andes
e o máximo que faço é fácil e me aproximo

ilhalhi

da sabedoria
cuja coruja rajada foi depenada
& morta a pedradas
resta a raspa fedorenta
na areia quente da mente

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

( acchados 199e )

todas as moscas pousaram.

enfiou a terceira colher de açúcar
na xícara vermelha e riscou.

mais silêncio.

hoje não iria trabalhar.nem amanhã.estava doente.não.
não estava.

tinha um problema com.
desde que acordara a frase:vamos te matar.

estava pendurada em suas.
como um brinco brilhante e pequeno.

não fazia nem 15 minutos.
não fazia mesmo nem 15 minutos pois havia quebrado o relógio.
com delicadeza.

não dormiu.

esfregou as mãos na.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Ba

breve e brava

esta teimosia

carícias doloridas e o mesmo diagnóstico
magia e ginástica nostálgica dos nervos
sorver
a forma formidável
destituída de timbres em
concordância com
cor
o caos soca
o caos soca
murros em muros de
e nem
o caos saca a rolha
e engulo agulhas com gula
de um outro lado do lapso
pulsa

Aforismo da Sobrinha

o meu favorito é você engolindo uma tesoura

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

pequeno poema em homenagem ao Janeiro

Janeiro Janeiro
você chegou primeiro ( primeiro? )
e chutou o traseiro
das praias
e nelas
enquanto a vida humana transborda pelos boeiros
qual
o teu jeito de cortar o meu peito nauseado
quero dizer, bronzeado

Janeiro
me deixo:
a luz veio