Caí do berço estomacal do mundo
e desencarnei a casca antediluviana que anseio sugar
triunfante me afundei em rosas formações rochosas
até fêmeas felpudas desfazerem fetos fedorentos de ratos humanos
robustos e desamparados
fui esfaqueado por germes gêmeos
com venenos velozes e posto
dia após dia
sob uma mesa de alquimia
um pequeno poro recheado de ociosas preciosidades
para o parasita que hesita sonhos de isca
tumores que saboreiam células lisas e
torturas em florestas retas
na maldição melancólica de que existe um começo maior
ou menor, para aquém de toda menstruação residual e resignada
de toda possível possessão primária
a novidade é a crueldade
ou sóis entupidos de cupidos deprimidos
ou vacas sagradas em vitrines trincadas
ou esculturas nos lençóis dobrados de um hospício
um belo espetáculo de pétalas e tentáculos
ponta de algum dedo que espeta pardais atrás do pôr-do-sol
depois que eu terminar de empurrar os ossos de rubi roubado
trago mais ruínas
pressionando a ponta da caneta nas tubulações do meu aquário
raspo restos de fôlego
QUE QUALQUER ESPAÇO POSSA PARIR BATALHAS
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